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Porque os jovens são os que mais se infectam com o vírus HIV? Com essa pergunta em mente, o Grupo Pela Vidda-RJ realizou, ontem em sua sede, uma oficina para debater o tema. A atividade faz parte do projeto Observatório Urbano, que tem como um de seus objetivos estimular o debate e a formação de novos e novas ativistas do movimento de Aids.
No começo da oficina, o grupo participou de uma dinâmica onde cada pessoa teve que colocar em um papel a razão pela qual achavam que os jovens estavam entre as populações que estão mais se infectando com o vírus HIV. A partir das respostas, os participantes realizaram o debate.
O comportamento foi um dos assuntos abordados na oficina. Os presentes avaliaram que, independente da idade, tem que se tomar cuidado para que não seja feito juízo de valor. “Cada um pode fazer suas próprias escolhas, mas se um determinado comportamento comprovadamente aumenta a possibilidade de uma infecção pelo HIV, é necessário um trabalho para que ocorra, pelo menos, uma redução de danos”, comentou o coordenador de projetos do Pela Vidda-RJ, Márcio Villard, que facilitou a atividade juntamente com Marcos Moreira, da equipe de coordenação do Observatório.
Outro fator importante tratado no debate foi a qualidade do tratamento e o tamanho da responsabilidade do jovem. Alguns presentes observaram que ouvem muitos jovens comentarem que não tem medo do HIV, pois hoje já é possível viver com o vírus. A baixa adesão dos jovens infectados ao tratamento, ocasionado muitas vezes pelos efeitos colaterais do remédio ou por vulnerabilidades sociais, também colabora para o aumento de novas infecções entre esse público.
A falta de informação nos meios de comunicação de forma objetiva e diversificada sobre a epidemia e a falta do diálogo sobre temas como saúde e sexualidade nas escolas, também foram considerados possíveis causas para o alto número de novas infecções nessa parcela da população.
Uma polêmica trazida por jovens na oficina: até que ponto informações sobre tratamento e carga viral indetectável não influenciam nas novas infecções? O debate acentuou a necessidade da prevenção entre pares. Precisamos envolver mais jovens nas campanhas e nas ações educativas.